Dondinho, Celeste e Pelé
Rei Pelé, Pai Dondinho
Daqui a dois mil anos, tempos imemoriais
Esquecerão de todos nós, mas de Pelé, jamais
É uma história que nunca fica antiga:
O Rei e a bola, uma relação sempre amiga
Andy Warhol vaticinou que no futuro
A fama de Pelé só irá aumentar
Pepe Gordo declarou com perícia,
Que “Pelé nasceu para ser notícia”
Edson Arantes do Nascimento
Predestinado a se tornar monumento
Pai Dondinho ensinou muito do que o filho fez
Cabecear de olho aberto e ver o gol mais certo
Pai Dondinho cinco vezes marcou
De cabeça numa só partida
Pelé repetiu a façanha da pessoa mais querida
O menino aos 10 anos viu chorar o pai
Na triste vitória do Uruguai
E pra consolar Dondinho o filho prometeu
Agüenta firme, meu velho: aquele caneco ainda vai ser seu
A carreira de Dondinho
O joelho interrompeu
E Pelé surgiu garoto,
atleta no apogeu
Exemplo de aplicação
talento e treinamento
Exemplo de campeão
por dedicação e juramento
Chutava com as duas pernas, infernizava a zaga
Corria como um cavalo, driblava, driblava
Ninguém sabe exatamente quantos gols Pelé fez
Se 1281, 1282 ou 1283
Mas o Rei Pelé não seria ninguém
se a mãe, Dona Celeste,
não fosse maravilhosa também
Ela sempre rezou para que, no gramado,
o filho jamais tivesse o joelho estropiado
É uma alegria saber que, no futebol,
Pelé era poesia
Na vida, entre o bem e o mal,
Edson, um cidadão normal
Com a bola em jogo, Pelé foi profecia
Jogou tudo o que pôde, tudo o que a gente queria!
(Texto e voz by Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa)